Com a retomada crescente do setor, tecnologia que oferece maior área de cobertura e transferência dados, passou a ser mais procurada
A evolução no transporte de cargas vem sendo pauta fundamental do mercado e preocupação recorrente das principais empresas do setor no Brasil. Manter a segurança na malha rodoviária nacional, que possui uma extensão de 75,8 mil quilômetros, segundo os dados mais recentes do Ministério da Infraestrutura, de 2019, tornou-se um desafio superado pela tecnologia.
Uma das ferramentas mais importantes para diminuir os riscos do transporte de mercadorias é o rastreamento. E entre as diversas modalidades, a comunicação via satélite ganha destaque em um momento em que a retomada do segmento dá seus primeiros sinais, deixando a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) para trás.
De acordo com o Índice de Movimentação de Cargas do Brasil, publicado pela AT&M, o setor de transporte de cargas no país apresentou alta de 38% no primeiro quadrimestre de 2021, na comparação com o mesmo período do ano passado. Esse percentual aponta para um salto de R$ 2,1 trilhões em movimentações registradas em 2020, para R$ 3 trilhões entre janeiro e abril deste ano.
A criação de postos de trabalho acompanha as estatísticas. Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) demonstram a formação de 62 mil postos formais no acumulado até julho de 2021, no segmento rodoviário de carga. Esses números ganharam destaque no Radar CNT do Transporte, publicado em agosto.
Diante do cenário, surge a necessidade do aprimoramento tecnológico e investimento das empresas na segurança das cargas, margeando o processo de retomada.
No rastreamento, entre os principais serviços está o sinal GSM/GPRS (General Packet Radio Service), que trabalha com comunicação via celular, e o GPS (Global Positioning System), via satélite.
Na parte embarcada no caminhão, o rastreador instalado se comunica com um modem, que, por sua vez, está ligado à rede de satélites. Na falta de sinal GPRS, por exemplo, o modem mantém esse contato entre o veículo e as centrais de monitoramento, ou seja, a área de cobertura se expande.
Por conta de sua eficiência, os rastreadores com GPS saem na frente. Para Manoel Eci Ferreira Junior, gerente executivo de engenharia da Omnilink, empresa de soluções de inteligência embarcada para localização de veículos de transporte e gestão de risco de cargas, as vantagens são estratégicas.
“Com a tecnologia por satélite o cliente ganha velocidade na taxa de comunicação e a possibilidade de transferência de mais dados do que em sistemas passados. O tempo de resposta e a maior cobertura são fatores muito importantes nessa área”.
Para garantir sua operação, a Omnilink trabalha com a rede Iridium, empresa norte-americana de cobertura global, com uma constelação de 66 satélites em órbita baixa que permite comunicações confiáveis mesmo em condições climáticas adversas, e vários pontos de redundância, sem roaming.
“As empresas voltaram a produzir e precisam transportar. Isso impactou diretamente no nosso negócio e percebemos uma procura maior no que tange aos rastreadores, observada a necessidade de melhor gestão e eficiência”, afirma Fabricio Fatuch, diretor de vendas e marketing da Omnilink.
Segundo o executivo, no acumulado do ano até outubro as vendas de rastreadores – Omniturbo (dupla rede de celular e comunicação via satélite) e Omnidual (dupla rede de celular) cresceram 26% na comparação com o mesmo período de 2020. “Mesmo com a dificuldade na compra de chips, que afeta o mercado nacional como um todo, conseguimos esse resultado”, completa.